PF prende militares suspeitos de planejar golpe de Estado e morte de Lula e Alckmin
A Polícia Federal (PF) revelou que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, teria planejado a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Essa informação foi divulgada em relatório recente, indicando que Braga Netto teria coordenado ações para monitorar a segurança das autoridades e organizar um ataque direto.
“Foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos”, diz a PF.
De acordo com as investigações, o plano envolvia a abordagem e captura de Lula e de Moraes, com preparativos para possíveis confrontos armados com as equipes de segurança das vítimas. Essas descobertas foram possíveis após a recuperação de arquivos eletrônicos apagados do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Os dados foram restaurados utilizando um software israelense especializado.
Além disso, as mensagens recuperadas indicam que os seguranças de Alexandre de Moraes também foram monitorados, evidenciando a amplitude do plano. Diante dessas novas informações, o ministro Alexandre de Moraes concedeu mais 60 dias para que a PF conclua as investigações, que posteriormente serão analisadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e devem ser encaminhadas ao STF em 2025.
Em operação deflagrada em fevereiro, a PF já investigava um grupo que atuou na tentativa de golpe de Estado e que monitorava o ministro Alexandre de Moraes.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘gabinete institucional de gestão de crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.”
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que a investigação sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em um plano de golpe para se manter no poder “encontra-se em via de conclusão”. Até o momento, há dois indícios que complicam a situação de Bolsonaro.
Mandados
A Operação Contragolpe já cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, e cumpre ainda três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com demais investigados; a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.
O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados nos estados do Rio de Janeiro, de Goiás e do Amazonas, além do Distrito Federal.
“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em forças especiais”, destacou a PF em nota.
Os fatos investigados, segundo a corporação, configuram crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.