Unesco: 85% dos assassinatos de jornalistas ficam impunes
A UNESCO informou que aproximadamente 85% dos assassinatos de jornalistas no mundo não resultam em punição, segundo o último relatório divulgado nesta sexta-feira (2). A entidade destaca que, em 2022, foram registrados 86 casos de homicídios de jornalistas. Esses crimes estão ocorrendo com maior frequência fora de áreas de conflito, sinalizando uma mudança no perfil das ameaças enfrentadas pela imprensa.
Segundo a análise, a América Latina e o Caribe lideram as estatísticas de violência letal contra jornalistas, representando 44% dos casos de assassinatos em 2022. A região é seguida pela Ásia e pelo Pacífico, com 27%, e pela África, que contabiliza 20% dos casos. A UNESCO enfatiza que esses números refletem uma preocupação crescente sobre a segurança dos profissionais de mídia em países considerados em paz.
O relatório da UNESCO também chama atenção para os tipos de cobertura jornalística que expõem os profissionais a maiores riscos, como reportagens investigativas e sobre crimes locais. A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, reforça a urgência de ações efetivas para proteger os jornalistas e combater a impunidade. Ela lembra que, além de comprometer a liberdade de expressão, essa impunidade mina a democracia e o direito do público à informação.
O documento da UNESCO, lançado em ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, também revela que muitos crimes contra jornalistas são cometidos em países com índices de violência generalizada e criminalidade organizada. A entidade ressalta que a falta de investigação e punição dos responsáveis continua a ser uma barreira para a justiça e para a proteção dos direitos humanos.
Além das estatísticas de assassinatos, a UNESCO destaca que os jornalistas continuam a enfrentar múltiplos riscos, incluindo ameaças, ataques físicos e assédio digital. A organização reitera o compromisso de continuar trabalhando com governos e outras instituições para fortalecer medidas de segurança e criar mecanismos de proteção para os profissionais da mídia em todo o mundo.