Tratamento de hipertensão reduz risco de demência, aponta estudo internacional

Tratamento de hipertensão reduz risco de demência, aponta estudo internacional
Pesquisa revela que entre pessoas com mais de 60 anos os portadores de hipertensão que não faziam tratamento da doença tiveram aproximadamente 42% maior risco de ter demência quando comparados aos que eram tratados/Pixabay
Publicado em 14/11/2024 às 14:21

Uma nova pesquisa internacional, que contou com a participação de cientistas brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), revelou que o tratamento medicamentoso da hipertensão pode diminuir significativamente o risco de demência em idosos. O estudo, conduzido pelo consórcio Cosmic (Cohort Studies of Memory in an International Consortium), analisou dados de 34.519 pessoas em 15 países e constatou que pacientes com hipertensão não tratada têm um risco 42% maior de desenvolver demência em comparação com aqueles que fazem uso de medicação.

O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP participou da pesquisa com o São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), que avaliou idosos acima de 65 anos. No estudo, 26,3% dos participantes com hipertensão não recebiam tratamento. “A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares e demência”, explica Marcia Scazufca, pesquisadora do IPq e integrante do estudo. Segundo ela, a multimorbidade, ou seja, a coexistência de várias doenças crônicas, dificulta o tratamento e compromete a qualidade de vida dos pacientes.

A análise, publicada na revista científica Neurology, destacou que a prevenção é a chave para retardar ou evitar a demência, uma condição crônica sem cura. Entre os participantes, a prevalência de hipertensão foi alta, com aproximadamente 60% dos idosos afetados. A pesquisa identificou que o tratamento com medicamentos pode ser um fator de proteção importante, principalmente para populações mais vulneráveis.

O estudo reforça a importância de programas como o Hiperdia, do Sistema Único de Saúde (SUS), que acompanham pacientes com hipertensão e diabetes. “Educar a população sobre os benefícios do tratamento é essencial para reduzir os riscos de demência e outras doenças crônicas”, afirma Scazufca. Ela defende que o fortalecimento das políticas de saúde e da educação em saúde pode melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.

O SPAH contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Wellcome Trust, do Reino Unido, e incluiu pesquisadores como Paulo Rossi Menezes e Homero Pinto Valada, além de Scazufca. Com informações do Jornal da USP.

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