Dez capitais têm manifestações pelo fim da escala 6×1
No feriado de 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, diversas cidades brasileiras foram palco de manifestações contra a jornada de trabalho 6×1, que prevê seis dias de trabalho para um de descanso. Em São Paulo, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, enquanto no Rio de Janeiro, o ato ocorreu na Cinelândia, e em Belo Horizonte, na Praça Sete de Setembro. Os participantes reivindicaram a redução da carga horária semanal e melhores condições laborais.
A mobilização ganhou força após a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que visa extinguir a escala 6×1 e estabelecer uma jornada máxima de quatro dias de trabalho por semana, totalizando 36 horas semanais. A proposta já conta com o apoio de 134 deputados federais, faltando 37 assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), posicionou-se sobre o tema, afirmando que o fim da escala 6×1 deve ser negociado em “convenção e acordos coletivos entre empresas e empregados”. Marinho destacou a necessidade de uma discussão aprofundada, considerando que há setores da economia que funcionam ininterruptamente.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) também manifestou apoio à PEC, após análises técnicas de sua equipe. Ela ressaltou a importância de garantir que a diminuição da carga de trabalho não reduza o salário mínimo e de medir o impacto da nova escala na economia e nas relações trabalhistas.
Por outro lado, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou o texto da PEC, classificando-o como “terrivelmente elaborado”. Ele argumentou que a proposta apresenta inconsistências e que a escala 4×3 pode gerar mais inflação no país.
As manifestações refletem um crescente debate nacional sobre a necessidade de revisão das jornadas de trabalho, visando equilibrar a qualidade de vida dos trabalhadores e a produtividade econômica. A discussão sobre a escala 6×1 e a possível redução da carga horária semanal continua a mobilizar diversos setores da sociedade brasileira.