China domina o ranking de dividendos globais
Um relatório da gestora Janus Henderson apontou que os dividendos distribuídos globalmente atingiram US$ 1,66 trilhão em 2023, um recorde histórico. O número representa um crescimento nominal de 5,6% em relação ao ano anterior. Mesmo excluindo fatores como flutuações cambiais e dividendos extraordinários, o crescimento foi de 5%. O estudo também revelou que 86% das empresas aumentaram ou mantiveram os valores pagos aos seus acionistas, demonstrando a estabilidade e a resiliência no retorno financeiro global.
No centro dessa expansão, a China se destacou com empresas de grande porte dominando os rankings de dividendos. Entre elas, o Banco de Construção da China distribuiu US$ 12,99 bilhões, seguido pela PetroChina com US$ 12,75 bilhões e pela China Mobile Limited, que pagou US$ 12,14 bilhões. Esses resultados mostram o papel dominante das empresas chinesas, especialmente nos setores financeiro, energético e de telecomunicações.
Panorama global: gigantes de outros países
Além da China, corporações de outros países também figuraram entre as maiores pagadoras de dividendos. A Microsoft, com US$ 20,74 bilhões distribuídos, manteve sua posição no topo do ranking global. A Apple e a Exxon Mobil também se destacaram, com pagamentos de US$ 14,90 bilhões e US$ 14,79 bilhões, respectivamente. Esses números mostram a força dos setores de tecnologia e energia como principais motores de dividendos globais.
O setor bancário desempenhou um papel importante no aumento dos dividendos em 2023, sendo responsável por metade do crescimento global. O desempenho positivo foi atribuído a condições monetárias favoráveis e a uma recuperação gradual da economia global. Por outro lado, setores como mineração enfrentaram dificuldades, com quedas significativas em suas distribuições devido a desafios de mercado. Outras indústrias, incluindo automotiva, tecnologia, engenharia e alimentos, contribuíram de forma expressiva, demonstrando uma diversificação econômica nos pagamentos aos acionistas.
No Brasil, o desempenho das empresas em relação aos dividendos foi mais tímido. O Banco do Brasil liderou o cenário local com US$ 2,65 bilhões pagos em 2023, ocupando a 146ª posição no ranking global. Outras empresas como Bradesco, B3, Weg e Eletrobras também figuraram no levantamento, com valores menores.
O aumento global nos dividendos mostra a força das grandes corporações em tempos de incerteza econômica. Na China, o protagonismo é reforçado pela capacidade de suas empresas de gerar lucros consistentes e, ao mesmo tempo, manter níveis elevados de retorno aos acionistas. Segundo os especialistas, essa abordagem fortalece a confiança dos investidores e atrai capital para o país asiático.
Para o Brasil, os desafios são investimento em inovação, um ambiente regulatório mais eficiente e políticas econômicas que incentivem o crescimento das empresas são fundamentais para alavancar a capacidade das companhias nacionais de competir globalmente e aumentar os retornos financeiros.