Business Agility: Estratégias para uma gestão ágil
Katsuren Machado*
No mercado jurídico, que enfrenta mudanças constantes, a capacidade de adaptação se tornou um diferencial competitivo essencial para escritórios. Além das demandas jurídicas, líderes precisam lidar com áreas administrativas, como finanças, marketing e recursos humanos, geralmente sem o apoio necessário. Essa sobrecarga pode prejudicar tanto a eficiência quanto a qualidade dos serviços oferecidos.
Diante desse cenário, o conceito de Business Agility ganha relevância, onde o roadmap para geração de valor é construído a partir do desenvolvimento de novas capacidades e resultados. Para escritórios de advocacia, a ambidestria organizacional (Run the Business + Change the Business) permite uma execução estratégica equilibrada, onde as atividades de sustentação e crescimento coexistem com iniciativas de inovação e transformação.
Integração como chave para a agilidade
Um dos principais desafios enfrentados por escritórios modernos é a fragmentação de informações e a falta de integração entre áreas. Em muitos casos, dados essenciais estão dispersos entre departamentos, resultando em uma comunicação excessivamente manual e dificultando uma visão holística da operação.
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Essa fragmentação pode impactar a tomada de decisões estratégicas e contribuir para o esgotamento mental dos profissionais. David Allen, em Getting Things Done, destaca que a mente sobrecarregada com tarefas administrativas e operacionais perde a capacidade de focar no essencial, prejudicando a produtividade.
Gestão baseada em dados
A inovação na gestão é imprescindível para enfrentar desafios e elevar a competitividade. Simplificar processos e automatizar rotinas são passos essenciais para maximizar a eficiência e liberar tempo para tarefas estratégicas.
A integração de ferramentas colaborativas, como sistemas de gestão de tarefas, permite coordenar projetos multidisciplinares e reduzir a quantidade de reuniões, melhorando a transparência e a produtividade. Imagine consolidar dados financeiros, operacionais e de RH em um dashboard de fácil acesso, possibilitando uma visão estratégica sem a necessidade de inúmeras consultas.
E se…?
Imagine se o seu escritório contasse com ferramentas que não apenas coletassem, mas analisassem dados para fornecer insights acionáveis sobre a performance e o mercado. Ou ainda, se processos operacionais fossem executados automaticamente por bots, evitando erros e liberando tempo para o que realmente importa.
Essas soluções não estão distantes. Hoje, já é possível configurar sistemas de gestão e automação que auxiliem advogados e gestores a terem dashboards e relatórios analíticos gerados em segundos, com dados atualizados em tempo real. Isso permite uma gestão proativa e fundamentada, focada em resultados e adaptação às mudanças do mercado.
Gatilhos para a transformação
Para dar início a essa jornada, pergunte-se:
– Estamos utilizando dados em tempo real para embasar nossas decisões?
– Existem tarefas que poderiam ser automatizadas para liberar mais tempo para o estratégico?
– Quais ferramentas de gestão poderiam melhorar a colaboração entre as áreas do escritório?
Responder a essas perguntas pode indicar oportunidades de melhoria imediata e direcionar a implementação de práticas de Business Agility.
O mercado jurídico está em constante transformação, exigindo uma capacidade crescente de adaptação e inovação. A sobrecarga operacional e a fragmentação dos processos são sinais claros de que a organização precisa evoluir. O desafio, porém, traz consigo uma oportunidade única: redesenhar a operação para um cenário mais eficiente e conectado.
Peter Drucker afirma: “Em tempos de mudança, aqueles que aprendem herdarão o futuro.” Que essa seja a motivação para liderar a transformação necessária e construir um futuro mais sustentável e promissor para o jurídico.
*Katsuren Machado é advogada especialista em Inovação e Experiência do Cliente, com expertise em comunicação, construção de relacionamentos e business design para desenvolvimento de projetos, com mais de 10 anos de experiência no mercado jurídico. Colaboradora do FenalawLab.