O governo brasileiro firmou uma parceria com a SpaceSail, uma das gigantes chinesas em tecnologia espacial, durante a visita de Xi Jinping a Brasília. A intenção é expandir a conectividade via satélite para regiões remotas e rurais do país. A iniciativa, oficializada pelo Ministério das Comunicações, busca atender áreas onde a infraestrutura tradicional, como fibra óptica, ainda não chega.

A SpaceSail anunciou planos ambiciosos: lançar cerca de 15 mil satélites em órbita baixa nos próximos anos, oferecendo cobertura global de internet. No Brasil, o primeiro movimento é uma colaboração com a Telebras para mapear demandas, avaliar viabilidades e explorar modelos de investimento que possam beneficiar as populações mais isoladas.

Alternativa à Starlink e inclusão digital

O acordo marca a chegada de uma alternativa à Starlink, de Elon Musk, que atualmente domina o mercado brasileiro de internet via satélite, especialmente em áreas como a Amazônia. A entrada da SpaceSail pode fomentar a competitividade no setor, reduzir custos para consumidores e ampliar o alcance da conectividade.

Além de promover a inclusão digital, o acordo reforça os laços entre Brasil e China, já estreitados por outros projetos de cooperação tecnológica e econômica. No entanto, especialistas destacam a necessidade de regulamentações robustas para garantir segurança cibernética e proteção de dados dos usuários.

“A presença chinesa em setores estratégicos do Brasil deve ser regida por contratos de concessão com cláusulas rígidas. Precisamos garantir que a exploração de ativos ocorra de maneira transparente e que os benefícios sejam reais, com fiscalização adequada e respeito à soberania”, afirma Roberto Dumas, especialista em economia chinesa do Insper, em São Paulo.

Para as famílias que vivem em localidades isoladas, a chegada da internet via satélite representa mais que conectividade. Significa acesso a educação, serviços de saúde e oportunidades econômicas que antes estavam fora de alcance.