FMI: Transição para veículos elétricos trará impactos profundos na economia

FMI: Transição para veículos elétricos trará impactos profundos na economia
A análise foi incluída no mais recente relatório Perspectiva Econômica Global do FMI, publicado durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial/Pixabay
Publicado em 28/10/2024 às 11:12

O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou nesta terça-feira (22) que a crescente transição para veículos elétricos terá efeitos “de longo alcance” nos investimentos, produção, comércio e no mercado de trabalho global. Essa análise faz parte da última edição do relatório Perspectiva Econômica Global, apresentado durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, onde autoridades discutem o crescimento econômico, o endividamento excessivo e o financiamento para a transição energética.

Segundo o FMI, “a crescente adoção de veículos elétricos representa uma transformação fundamental da indústria automotiva global, trazendo consequências de longo alcance.” A mudança rumo aos veículos elétricos acelerou nos últimos anos, com governos promovendo incentivos e estabelecendo metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O FMI destacou que a indústria automotiva é notória por seus altos salários, lucros elevados e exportações robustas. No entanto, essa transição deverá transformar esse cenário, especialmente se a China mantiver sua posição de liderança na produção e exportação de veículos elétricos frente aos concorrentes dos EUA e da Europa. O relatório projeta que, em cenários realistas de expansão dos veículos elétricos, o Produto Interno Bruto (PIB) da Europa poderia ser impactado com uma queda de cerca de 0,3% no médio prazo. “Nesses cenários, o emprego no setor automotivo é reduzido e a mão de obra é redirecionada gradualmente para setores menos intensivos em capital,” afirmou o FMI.

Em resposta ao crescimento da indústria chinesa de veículos elétricos, tanto os EUA quanto a União Europeia adotaram tarifas contra os produtos chineses para equilibrar o mercado e lidar com o que consideram subsídios governamentais injustos concedidos pela China. No mês passado, os EUA aplicaram uma taxa de 100% sobre veículos elétricos chineses, enquanto a UE recentemente aprovou uma taxa de importação de até 45%.

Além disso, a demanda global por veículos elétricos tem enfrentado desafios devido ao custo superior em comparação aos veículos a gasolina, mesmo com subsídios governamentais. Em resposta, a Alemanha já encerrou seu programa de subsídios, e a França anunciou que também reduzirá seu apoio aos compradores de veículos elétricos.

A transição para veículos elétricos, ainda que essencial para atingir as metas climáticas globais, exigirá adaptações significativas tanto na economia global quanto no setor automotivo, com efeitos que deverão repercutir por várias décadas.

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