A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) realizou o leilão para o arrendamento de três terminais portuários localizados nos estados do Rio de Janeiro, Amapá e Alagoas. O certame, que teve como critério o maior valor de outorga, garantiu uma arrecadação de R$ 60,5 milhões e investimentos projetados de R$ 3,62 bilhões ao longo dos contratos.

Áreas arrendadas e vencedores

O terminal ITG02, localizado no Porto de Itaguaí (RJ), foi o maior destaque do leilão. A área dedicada à movimentação de granel sólido mineral foi arrematada pela Cedro Participações S.A., que ofereceu R$ 1 milhão como outorga. O contrato, com prazo de 35 anos, prevê investimentos de R$ 3,53 bilhões para a construção de um novo terminal voltado à exportação de minério de ferro. Com capacidade para movimentar 21,4 milhões de toneladas por ano, o empreendimento deve consolidar Itaguaí como um dos principais polos de exportação do Brasil.

No Porto de Santana (AP), a área MCP03, destinada à movimentação de granel sólido vegetal, foi arrematada pela Rocha Granéis Sólidos de Exportação com um lance de R$ 58,06 milhões. O contrato, de 25 anos, inclui investimentos estimados em R$ 88,9 milhões para a ampliação de infraestrutura, como a construção de silos e melhorias no Píer 1.

Já o terminal MAC16, localizado no Porto de Maceió (AL), foi adquirido pelo Consórcio Britto-Macelog por R$ 1,45 milhão. Com um contrato de cinco anos, estão previstos R$ 6,18 milhões em investimentos para a modernização da área, que é voltada à movimentação de granéis sólidos.

Perspectivas e impactos econômicos

Durante o evento, realizado na sede da B3 em São Paulo, o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, destacou a relevância dos contratos firmados. “Encerrar o ano com um leilão dessa magnitude é muito significativo. O terminal ITG02, por exemplo, envolve um dos maiores investimentos da história do setor portuário, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento da infraestrutura logística nacional”, afirmou.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também ressaltou o impacto econômico dos arrendamentos. “Os terminais leiloados representam avanços importantes para a matriz econômica de estados como Rio de Janeiro, Amapá e Alagoas. Com esses projetos, geramos competitividade, emprego e renda, além de fortalecer o comércio exterior brasileiro”, disse.

Próximos leilões

Este foi o último leilão portuário de 2024, mas o Ministério de Portos e Aeroportos já prevê uma agenda movimentada para os próximos anos. Entre 2024 e 2026, estão programados leilões de 50 empreendimentos no setor, com previsão de R$ 18,2 bilhões em investimentos. Apenas em 2025, a expectativa é de 20 arrendamentos e uma concessão, com aportes de R$ 8,54 bilhões.