Legaltechs, IA e política: Os desafios e oportunidades de quem está na linha de frente
Priscila Spadinger*
Nos últimos anos, tenho acompanhado de perto uma transformação profunda na interseção entre tecnologia e Direito, impulsionada pelo avanço das legaltechs e da inteligência artificial generativa. Como CEO da Aleve LegalTech Ventures S/A, vejo essa revolução não apenas redefinindo a prática jurídica, mas também refletindo dinâmicas sociais, políticas e econômicas globais.
Hoje preciso focar num tema que está me deixando super tão intrigada, quanto empolgada: a revolução das legaltechs num cenário de mudanças absurdas envolvendo o movimento Woke**, ferramentas de IA como DeepSeek, GPT, a pioneira na geração de documentos jurídicos utilizando camadas de IA generativa (criaAI) e até o impacto de figuras como Donald Trump nesse cenário.
Mas antes de entrar nos detalhes, preciso ressaltar um fato relevante: ser uma mulher à frente de uma empresa de tecnologia no setor jurídico ainda é algo muito raro. Sabiam que, segundo um estudo da Boston Consulting Group, apenas 15% das startups no mundo têm mulheres como fundadoras ou CEOs? E quando falamos de empresas que investem em startups, esse número cai para apenas 10% delas, o que me deixa chateada por querer ver muito mais mulheres em posições assim, como esta que ocupo atualmente, mas também esperançosa, pois se cheguei aqui, várias outras também poderão chegar e sempre buscarei essa equidade de gênero nas corporações atuando ativamente nessa meta. É, a estrada ainda é longa, mas estou aqui para mostrar que é possível mudar esse jogo.
A revolução das legaltechs e a tecnologia como impulsionadora de mudanças
Vamos começar pelo básico: que as legaltechs no Brasil e no mundo estão bombando, todos sabem! Elas surgiram para modernizar um setor que, convenhamos, sempre foi muito resistente a mudanças. Hoje, essas startups estão usando inteligência artificial, blockchain e automação para simplificar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência dos profissionais do Direito.
Aqui na Aleve temos visto de perto como a tecnologia pode transformar o trabalho jurídico. Ferramentas como a criaAI criaai.app.br, primeira IA jurídica do Brasil, o GPT e o DeepSeek, lançado no mundo nessa semana, por exemplo, estão revolucionando a maneira como lidamos com grandes volumes de dados e informações complexas. E o melhor: tudo isso sem substituir o advogado, mas sim ampliando suas capacidades.
Inteligência artificial e o papel da criaAI, do GPT e DeepSeek no Direito
Falando em criaAI, GPT e DeepSeek, vocês já pararam para pensar como essas ferramentas estão mudando o jogo? Elas permitem a análise de documentos, a redação de contratos, petições e até a previsão de resultados judiciais com uma precisão impressionante.
Mas, claro, a tecnologia não é uma varinha mágica. Ela precisa ser usada com responsabilidade. Como CEO e founder de startups legaltechs, acredito que o segredo está em equilibrar a inovação com a ética. Afinal, a IA é tão boa quanto os dados que a alimentam, e é nosso dever garantir que essas ferramentas sejam utilizadas de forma justa e inclusiva.
O Movimento Woke e a representatividade no mercado jurídico
Agora, vamos falar de um assunto que está em alta: o movimento Woke. Ele tem tudo a ver com a conscientização sobre questões éticas sociais e raciais, e no mercado jurídico, isso se reflete na busca por mais diversidade e inclusão.
Como mulher à frente de uma legaltech, sei que ainda temos um longo caminho pela frente. Mas acredito que as legaltechs têm um papel crucial nesse processo. Elas podem criar soluções que atendam às necessidades de grupos subrepresentados e promover um acesso mais equitativo à justiça. Além disso, a tecnologia pode ajudar a eliminar vieses inconscientes em processos decisórios, contribuindo para um sistema jurídico mais justo.
Consegui chegar aonde estou como mulher porque ousei inovar e desenvolver tecnologias para a área do Direito: legaltechs! Outras certamente chegarão e fico feliz em ver tudo isso acontecendo!
O impacto global de figuras como Donald Trump nas legaltechs
E não dá para falar de mudanças sem mencionar o impacto de figuras como Donald Trump. A administração dele nos Estados Unidos teve um efeito cascata em diversos setores, incluindo o jurídico, como referenciei em meu último artigo aqui no Portal LexLegal Brasil, recomendando novamente a leitura: O futuro das legaltechs no Brasil com a nova administração de Donald Trump: O efeito global nas startups jurídicas
No contexto das legaltechs, isso se refletiu em um aumento na demanda por soluções que pudessem lidar com mudanças regulatórias rápidas e complexas. Aqui no Brasil, empresas como a Aleve têm se adaptado a esse cenário, oferecendo ferramentas que ajudam escritórios e departamentos jurídicos a se manterem ágeis e resilientes.
O futuro das legaltechs: desafios e oportunidades
O futuro das legaltechs é promissor, mas não está isento de desafios. A regulamentação da IA, a proteção de dados e a necessidade de capacitação dos profissionais do Direito são questões que precisam ser abordadas com urgência.
Como CEO, acredito que o sucesso das legaltechs dependerá da nossa capacidade de unir inovação, ética e inclusão. Precisamos continuar investindo em tecnologias que não apenas resolvam problemas, mas que também promovam um sistema jurídico mais justo e acessível para todos.
A interseção entre inovação, tecnologia e direito está redefinindo o futuro das legaltechs. Como mulher à frente de uma empresa nesse setor, tenho orgulho de fazer parte dessa revolução e de contribuir para um mercado mais diverso e inclusivo.
Ferramentas como criaAI, GPT e DeepSeek, movimentos como o Woke e até mesmo o impacto global de figuras como Donald Trump estão moldando um novo paradigma para o setor jurídico. Cabe a nós, líderes e empreendedores, garantir que essa transformação seja feita de forma responsável e com um olhar atento às necessidades da sociedade.
*Priscila Spadinger é CEO da holding Aleve LegalTech Ventures S/A, advogada especializada em M&A e investidora anjo.
**O movimento Woke surgiu como um alerta contra injustiças sociais, racismo e desigualdade, promovendo consciência e engajamento em causas progressistas. Atualmente, o termo também é usado de forma pejorativa por críticos que o associam ao ativismo excessivo ou à censura ideológica.