Masayoshi Son, CEO do SoftBank, revelou planos para investir US$ 100 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos. O investimento, de acordo com fontes especializadas no assunto, visa criar 100 mil empregos, com foco em inteligência artificial e infraestrutura tecnológica. O anúncio oficial será feito durante um encontro com o presidente eleito Donald Trump. Representantes da empresa japonesa não comentaram o assunto oficialmente.

Masayoshi Son é conhecido por estreitar laços com lideranças políticas, como em 2016, quando também prometeu investimentos expressivos durante o mandato anterior de Trump. Na ocasião, ele anunciou um aporte de US$ 50 bilhões e iniciou o Vision Fund, que movimentou capital em startups americanas como WeWork, Uber e DoorDash. Apesar do entusiasmo inicial, o fundo enfrentou dificuldades com diversos investimentos problemáticos.

Desta vez, o desafio é garantir o financiamento necessário para a nova promessa. Durante o último período, o Vision Fund contou com capital de investidores externos. Atualmente, o SoftBank tem priorizado investimentos diretos, utilizando recursos próprios para ampliar sua influência no mercado.

A recente oferta pública inicial (IPO) da Arm Holdings Plc, empresa de design de chips controlada pelo SoftBank, foi um passo importante para recuperar sua saúde financeira. A Arm alcançou uma valorização de mercado de aproximadamente US$ 160 bilhões, com o SoftBank ainda mantendo cerca de 90% de participação.

Colaboração com a nova administração

Masayoshi Son não está sozinho na busca por uma relação próxima com o novo governo dos EUA. Outros líderes do setor de tecnologia também estão se movimentando. O CEO da OpenAI, Sam Altman, doou US$ 1 milhão ao fundo inaugural de Trump, gesto similar ao de grandes empresas como Meta Platforms, Amazon e Perplexity AI, que também contribuíram com os mesmos valores.

O foco do SoftBank em inteligência artificial reflete uma tendência crescente de investimentos no setor, considerado essencial para a infraestrutura tecnológica e a economia digital. Além disso, a empresa tem contratado especialistas e ex-funcionários do Vision Fund para gerenciar novos projetos.

Embora os planos sejam ambiciosos, o SoftBank enfrenta o desafio de viabilizar o capital prometido. Dados de setembro mostram que a empresa possuía cerca de 3,8 trilhões de ienes (US$ 25 bilhões) em caixa e equivalentes, insuficientes para cumprir a totalidade do compromisso anunciado.

O movimento de Son reforça a busca do SoftBank por consolidar sua posição como um dos principais investidores globais, alavancando oportunidades em tecnologia e infraestrutura nos EUA. Com um histórico de altos e baixos, o sucesso desta nova rodada de investimentos dependerá da capacidade do grupo de atrair recursos adicionais e executar suas estratégias de forma eficiente.