Biden concede perdão total e incondicional ao filho Hunter Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu um perdão total e incondicional a seu filho, Hunter Biden, semanas antes de deixar o cargo e transferir a presidência ao republicano Donald Trump. A decisão, anunciada neste domingo (1º), gerou debates intensos, especialmente diante dos anos de ataques de Trump e aliados a Hunter devido a problemas legais e pessoais.
“Essas acusações surgiram apenas porque opositores políticos no Congresso as instigaram como forma de me atacar e questionar minha eleição”, disse Biden em comunicado. “Nenhuma pessoa razoável, ao analisar os fatos, pode concluir algo diferente de que Hunter foi alvo apenas por ser meu filho — e isso é errado.”
O presidente também destacou os desafios enfrentados por seu filho, que está sóbrio há mais de cinco anos, mesmo diante de “ataques implacáveis e perseguições seletivas”. Biden afirmou que a tentativa de “quebrar Hunter” foi uma tentativa de quebrá-lo também. “Já é suficiente”, declarou.
Perdão esperado, mas controverso
Apesar de meses de negativas do porta-voz presidencial sobre qualquer intenção de conceder perdão, aliados e críticos de Biden já especulavam que ele usaria esse poder exclusivo do cargo. O anúncio veio a menos de dois meses de sua saída da Casa Branca, com Trump assumindo o cargo em meio a uma série de ataques direcionados à família Biden.
Hunter Biden havia sido condenado por três acusações federais relacionadas à compra ilegal de uma arma em 2018. Ele foi acusado de mentir em um formulário federal sobre seu histórico de dependência de drogas, o que poderia resultar em uma pena de até 25 anos de prisão. No entanto, analistas jurídicos afirmaram que, como réu primário, era mais provável que Hunter enfrentasse uma sentença reduzida, possivelmente de um ano ou até mesmo liberdade condicional.
Histórico de perdões presidenciais em famílias
O uso do poder presidencial para perdoar membros da família não é inédito nos EUA. Em 2001, o presidente Bill Clinton concedeu perdão ao meio-irmão Roger Clinton por acusações antigas de posse de cocaína. Mais recentemente, o ex-presidente Donald Trump perdoou Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner, por crimes fiscais e outros delitos.
No caso de Roger Clinton e Charles Kushner, as penas já haviam sido cumpridas, tornando os perdões um ato simbólico de perdão e reabilitação. No entanto, o caso de Hunter Biden destaca uma situação mais imediata, já que ele ainda enfrentava as consequências judiciais de suas ações.
Impactos políticos e reação pública
A decisão de Biden ocorre em um momento delicado, marcado pela transição de poder para Donald Trump, que fez da exposição dos problemas de Hunter Biden uma parte central de seus ataques políticos. Trump chegou a anunciar que indicará Charles Kushner como embaixador dos EUA na França, destacando o impacto contínuo dessas decisões presidenciais no cenário político americano.
Enquanto aliados de Biden elogiaram o ato como uma defesa da justiça e uma resposta às perseguições políticas, críticos acusam o presidente de usar seu poder para proteger um membro da família, levantando questões sobre imparcialidade e ética.
O perdão presidencial de Hunter Biden adiciona um capítulo polêmico ao já tumultuado período de transição nos EUA, destacando como questões familiares podem se tornar elementos centrais no tabuleiro político do país.