Contratação errada: um custo que vai além do financeiro

Contratação errada: um custo que vai além do financeiro
De acordo com a Harvard Business Review, esse erro pode custar até três vezes o salário anual do colaborador/Pixabay
Publicado em 23/12/2024 às 11:59

Danilo Mazuquin*

Contratar um novo colaborador é uma das decisões mais importantes para o sucesso de uma empresa. Quando essa escolha não é bem feita, os reflexos vão muito além do financeiro. Uma contratação equivocada pode afetar o desempenho da equipe, abalar o clima organizacional e até prejudicar a reputação do negócio, gerando perdas que ninguém quer enfrentar.

No lado financeiro, o custo de contratar a pessoa errada é significativo. De acordo com a Harvard Business Review, esse erro pode custar até três vezes o salário anual do colaborador. Recrutamento, treinamento e a queda de produtividade acabam se somando em um ciclo que transforma o que deveria ser um investimento em prejuízo. Quando o profissional não corresponde às expectativas e precisa ser substituído, o processo se reinicia, gerando ainda mais gastos.

Mas o problema vai além dos números. A produtividade da equipe também sente o impacto. Um estudo da Gallup aponta que, quando o novo colaborador não está alinhado com a cultura ou as demandas do cargo, a produtividade geral pode cair até 20%. E o que acontece? Os colegas acabam precisando compensar, acumulando mais trabalho – o que leva ao estresse, à desmotivação e, inevitavelmente, a uma queda no desempenho geral.

Além disso, contratações mal feitas podem mexer com o clima organizacional. Alguém desalinhado com os valores da empresa ou que tem dificuldades para se integrar à equipe pode gerar conflitos, desentendimentos e até desmotivar os outros membros do time. Segundo a Robert Half, 39% dos gerentes percebem que essas situações afetam diretamente o moral do grupo e podem até levar à saída de bons profissionais, criando um efeito dominó difícil de controlar.

E não para por aí. Em áreas como atendimento ao cliente ou vendas, o impacto chega diretamente ao consumidor. Funcionários desmotivados ou despreparados podem oferecer experiências ruins, afastando clientes e prejudicando a imagem da marca. No mercado atual, onde cada interação conta, isso é algo que nenhuma empresa pode se dar ao luxo de arriscar.

A Society for Human Resource Management (SHRM) aponta que contratações erradas podem aumentar em até 80% a chance de rotatividade nos primeiros 18 meses. Essa alta rotatividade atrapalha a continuidade dos projetos, desestrutura equipes e afeta o bem-estar de todos os envolvidos.

Então, como evitar esse tipo de situação? A resposta está em aprimorar as etapas de seleção. Investir em metodologias que avaliem não só as habilidades técnicas, mas também a compatibilidade do candidato com a cultura da empresa, é fundamental. Dinâmicas, testes práticos e uma comunicação clara durante o recrutamento fazem toda a diferença.

A transparência é essencial. Ser honesto sobre as expectativas do cargo e os valores do negócio beneficia tanto o candidato quanto a empresa. Após a contratação, um programa de onboarding bem estruturado e com acompanhamento contínuo ajuda o novo colaborador a se adaptar e alcançar os melhores resultados.

No fim das contas, contratar bem é cuidar da corporação como um todo. É dar atenção ao que realmente importa: o bem-estar das equipes, o sucesso dos projetos e a construção de um ambiente onde todos possam crescer juntos. Quando a seleção é feita do jeito certo, todo mundo ganha.

*Danilo Mazuquin é CEO da Mazukim.

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